Por I. Suyin Lee
Durante uma recente visita ao Butão, encontrei-me com Dr. Tashi Zangmo, fundador e diretor executivo da Fundação de Monjas Butanesas, em seu escritório as margens do rio da cidade de Thimpu. Tashi esteve na Europa durante as últimas três semanas, e ainda não tinha checado seu e-mail, e, portanto, não sabia ainda que a Fundação de Monjas Butanesas tinha recebido da Fundação Khyentse uma bolsa de $6.560 como remuneração salarial para duas monjas, assim, sendo eu o portador das boas novas foi bom para quebrar o gelo.
Tashi disse que a BNF(Fundação das Monjas Butanesas em inglês) foi fundada em 2009 e que começou na verdade nos EUA, onde estava estudando e trabalhando em sua dissertação sobre monjas butanesas. Ela conseguiu voltar com dinheiro suficiente ao Butão para dar início a sua organização filantrópica.
Ela partilhou o fato de que financiamentos são sempre necessários tanto para as monjas quanto para os monastérios que são muitos, e o fato de que a maioria desses monastérios estão localizados em áreas remotas do país. Uma vez que não há ajuda governamental para os monastérios, há sempre uma necessidade imensa, especialmente no tocante ao mais básico para uma boa alimentação e higiene. Há também uma grande necessidade de professores, não apenas para ensinar o Dharma, mas para instruir as monjas sobre as necessidades básicas da vida diária, como fazer compras, cozinhar, lidar com dinheiro, e coisas comuns do gênero.
Liderança e aconselhamento são habilidades essenciais para lidar com grandes grupos que vivem comunitariamente, e essas habilidades tem que ser ensinadas também.
Para administrar algumas dessas questões, BNF espera abrir um centro de treinamento em Thimpu para ensinar as monjas que queiram aprender tanto as teorias quanto as habilidades necessárias. Essas monjas viajariam para outros tantos monastérios para passar seu conhecimento e experiência.
Enquanto conversávamos eu pude perceber perfeitamente quão apaixonada e preocupada Tashi estava com o bem estar das monjas que ajuda. É difícil decidir onde empregar fundo tão limitado. Ela por exemplo me falou sobre 30 ou 40 enormes caixas de crocs (as sandálias plásticas), doadas pela Alemanha empilhadas na entrada do escritório. Apesar de estar muito contente por recebe-las, o custo para que cheguem até as monjas é enorme (importação e burocracia governamental, transporte e embarque, custo da remessa por caminhão para os monastérios entre outros gastos), e a distribuição seria também custosa em termos de tempo.
Enquanto conversávamos duas monjas entraram na sala. Tashi deu um largo sorriso, anunciando que essas eram as duas monjas voluntárias que receberiam o financiamento da KF para ensinar no longínquo Butão. Sincronicidade em ação!
Tashi está trabalhando com imenso afinco pelas monjas butanesas, e eu a encorajei a nos manter todos do KF atualizados nos seus projetos.
Foto: Ani Tenzin Dolma (a direita) e Ani Kencho Wangmo, que receberá a bolsa/salário oferecida pela KF